terça-feira, 8 de setembro de 2020

HISTÓRIA

10/09 – HISTÓRIA – 8º ANO

Olá pessoal! Na última aula vimos o governo de Napoleão na França. Hoje veremos a Independência do Haiti, um fato histórico intimamente ligado às mudanças que ocorreram anteriormente na França e influenciaram todo o mundo. Leia o texto, se possível assista o vídeo para apreciar a música e responda os exercícios.
Abraços profª Larissa #fiqueemcasa

Extraído e adaptado de:
Juliana Bezerra. Independência do Haiti. Disponível em:

Independência do Haiti
A independência do Haiti foi proclamada em 1.º de janeiro de 1804.
O Haiti foi a primeira nação independente do Caribe, a primeira república negra do mundo e o primeiro país do hemisfério ocidental a abolir a escravidão.
Resumo
Os franceses ocupavam a porção oeste da Ilha de Hispaniola enquanto os espanhóis, a parte leste.
Ambas, porém, homenageavam o mesmo santo, mas cada um no seu idioma: Saint-Domingue para os franceses, Santo Domingo, para os espanhóis.
Até 1789, Saint-Domingue era a mais rica das colônias francesas, produzindo 40% do açúcar do mundo. O monopólio era administrado por 40 mil colonos franceses a serviço da metrópole.
Os escravos, contudo, representavam meio milhão de pessoas e eram brutalmente maltratados.
Enfrentavam problemas como escassez de alimentos, tinham uma elevada taxa de mortalidade e estavam expostos à doenças infectocontagiosas
Havia, ainda, quase 30 mil pessoas de origem africana que trabalhavam como empregados domésticos nas casas dos colonizadores. Estavam um degrau acima dos trabalhadores rurais, pois eram alfabetizados e também serviam ao exército.
Toussaint Louverture e Jean Jacques Dessalines
Toussaint Louverture e Jean Jacques Dessalines, líderes da Independência do Haiti

Causas
Foi nesse contexto que os fazendeiros franceses começaram a discutir a aplicação dos princípios da Revolução Francesa para a independência da ilha.
Em 1791, apoiando-se na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, o novo governo francês decidiu dar cidadania francesa para todo homem que fosse livre e proprietário, sem considerar a cor da pele.
Esta atitude despertou revolta dos escravos, pois esperavam ganhar a liberdade com a Revolução Francesa. Desta maneira, destruíram plantações, expulsaram os colonizadores e mataram os que se recusaram a sair.
Os escravos, liderados por François Toussaint Breda, neto de um chefe africano, derrotaram os franceses e aliados. Mais tarde, ele adotou o nome de Toussaint L'Ouverture (abertura, em francês) e se tornou o líder militar da revolução.
Toussaint L'Ouverture transformou os escravos em soldados disciplinados. Apoiado por tropas espanholas e britânicas, a guerra foi sangrenta.
Em 22 de agosto de 1791, começa uma guerra civil. No ano seguinte, um terço da ilha estava sob o controle dos revolucionários e em 1793 é proclamado o fim da escravidão.
Percebendo que não poderiam derrotá-lo, o governo francês decidiu abolir formalmente a escravidão na colônia em 1794.
No entanto, com a ascensão de Napoleão Bonaparte, este decide restabelecer a escravidão nas colônias. O motivo era simples: Bonaparte precisava de dinheiro para financiar seus Exércitos e queria construir o Império francês na América.
A Constituição para Saint-Domingue foi assinada em 1801. No entanto, Napoleão Bonaparte (1789-1821) enviou o general Charles Leclerc (1772-1802) para restabelecer a escravidão e a lei francesa.
O general francês consegue algumas vitórias e inclusive captura Toussaint L'Ouverture e o envia prisioneiro à França, onde morreria.
Dos 40 mil homens que compunham o Exército francês, dois terços morreram de febre amarela e os demais foram liquidados nas escaramuças.
Independência do Haiti
Combate entre tropas haitianas e francesas

Consequências
O êxito francês ocorreu, mas durou pouco. Comandados agora por Jacques Dessalines, em janeiro de 1804, Saint-Domingue foi declarado uma república independente e passou a usar o nome de indígena de Haiti.
Foi a primeira revolta de escravos bem-sucedida no mundo moderno e uma das poucas nações que derrotou o exército napoleônico.
A liberdade, porém, custou caro. Além da agricultura em colapso pelo longo período de guerra, em 1825, os governantes haitianos foram obrigados a reparar os proprietários de escravos.
A dívida, de 150 milhões de francos, foi acordada em troca do reconhecimento da independência pelos franceses, o que só ocorreu em 1834.
Igualmente, a revolta dos escravos negros contra os seus senhores fez tremer as demais colônias onde havia mão de obra escrava.
Os líderes da independência da América Espanhola se inspiraram no Haiti e chegaram a solicitar ajuda para combater os espanhóis.
No Brasil, por exemplo, a Revolta dos Malês foi inspirada pelos feitos haitianos.
Curiosidades
  • Dos 40.000 soldados franceses, somente 8.000 voltaram para casa.
  • Os Estados Unidos boicotou o açúcar haitiano durante décadas e só reconheceu a independência da ilha em 1862.
  • Nos tempos da escravidão, os escravos não podiam usar camisas que lhes cobrisse o peito, para que fossem identificados. Atualmente, é praticamente impossível encontrar um haitiano sem camisa nas ruas do país.

Agora escute a música Haiti de Caetano Veloso
NO CADERNO

Exercícios 
    1. Qual era o nome do Haiti quando este ainda era colônia, e qual os países colonizadores?
    2. Quais foram as causas da Revolução?
    3. Quem foi François Toussaint? Quais as conquistas dele para a Revolução?
    4. Por que Napoleão Bonaparte quis retomar a escravidão no Haiti?
    5. Quais as consequências da Revolução Haitiana?
    6. Você já conhecia a música Haiti? Qual a parte que lhe chamou mais atenção? Explique

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pleo comentário, responderemos o mais breve possível!