quarta-feira, 27 de maio de 2020

HISTÓRIA

LEIA:

1- Esta semana você deixará sua apostila fechada. Fará apenas o que está sendo solicitado nesta atividade de apoio. Explica-se: o próximo assunto da referida apostila é a chamada Revolução Francesa (1789). Todavia, um dos pilares fundamentais deste imprtante acontecimento que marca o inicio da Época Contemporânea, é a filosofia. Mais especificamente, a Filosofia Iluminista de Voltaire, Rousseau, Condorcet, dentre outros.
A filosofia aliada a condições históricas específicas levou a uma Revolução social que mudou o mundo e o configurou tal qual o conhecemos agora. Assim, é por isso que ela é mal vista por aqueles que querem que o mundo permanecça sempre igual, sem perda de privilégios, sem a obtenção de direitos para todos. Leia o texto que segue e depois, realize as atividades propostas:

O mito ataca a filosofia
A filosofia no Brasil, desde a invasão portuguesa, ao longo de séculos esteve restrita à classe dominante. Somente a partir da década de 1930, ela passou a integrar o currículo do ensino secundário e lá permaneceu até o início da década de 1960. No entanto, no contexto da ditadura militar (1964-1985) a filosofia foi retirada do currículo e proibida, pois, pensar, se posicionar e agir contra a ditadura era considerado crime. Neste período, as ciências humanas, de modo geral, foram censuradas e professores e estudantes foram perseguidos, presos, torturados e mortos. A repressão se voltava principalmente contra as universidades ou entidades que, como forma de resistência, mesmo diante dos riscos que corriam, foram fundadas com a finalidade de pesquisa, análise, reflexão, estudo e apontamento sobre as questões mais essenciais ao país.
Com a redemocratização do país, na década de 1980, a filosofia voltou ao currículo brasileiro de maneira opcional, e, somente no ano de 2008, no governo do presidente Lula ela retornou como disciplina obrigatória na educação básica, juntamente com sociologia. Importante ressaltar que, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003), o retorno do ensino de filosofia e sociologia foi aprovado na Câmara e no Senado, porém, foi vetado pelo então presidente, que era sociólogo de formação.
O retorno do ensino de filosofia como disciplina obrigatória, na educação básica, foi uma grande conquista e trouxe avanços significativos na formação dos estudantes, filhos da classe trabalhadora. No entanto, em 2016, após o golpe que derrubou a presidenta Dilma, os ataques à filosofia tornaram-se frequentes: Primeiramente, com a reforma do Ensino Médio, o presidente Michel Temer impôs, por meio da Medida Provisória 746, a retirada de filosofia e sociologia do currículo. Após intensa mobilização de professores e estudantes no país, a MP 746, transformada em Lei (Lei 13.415/2017), foi aprovada na Câmara e no Senado prevendo a inclusão de “estudos e práticas” de filosofia. Com a BNCC do Ensino Médio, homologada em dezembro de 2018, a filosofia aparece diluída na área de ciências humanas e sociais aplicadas. Os ataques, no entanto, não param por aí. Nos últimos anos, diante do avanço do conservadorismo e das políticas neoliberais, as ciências humanas, voltaram a ser alvo. O caso mais emblemático é o projeto de lei “Escola Sem Partido” que nega a pluralidade de pensamento, restringe a liberdade de ensino, impõe o pensamento único e criminaliza o trabalho dos professores, a fim de cercear a formação do pensamento crítico dos estudantes.
Em 2019, a partir da posse de Jair Bolsonaro, esses ataques se acentuaram ainda mais. O obscurantismo passa a ser pauta governamental. O revisionismo está na ordem do dia. Polemiza-se temas como golpe militar e ditadura militar. Tenta-se, a todo custo, distorcer esses fatos. Relativiza-se a barbárie, atacam-se os direitos humanos, enaltece-se táticas que afrontam conquistas básicas da modernidade, como os valores da justiça, da liberdade, da verdade e da democracia. No dia 26 de abril de 2019, Bolsonaro e o Ministro da educação, Abraham Weintraub, anunciaram mais um ataque à filosofia e sociologia. Um dos mais graves, desde a ditadura militar. Em sua conta numa rede social, Bolsonaro declarou “O objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina.

Trecho de um texto de Regis Clemente da Costa in: https://www.brasildefato.com.br/2019/05/03/o-mito-ataca-a-filosofia/ 
acessado em 05/052019 ás 22:00

Atividades – em seu caderno

1- Explique a razão pela qual o autor do texto utiliza a expressão “invasão portuguesa” na primeira linha do primeiro parágrafo.

2- Certamente você já ouviu falar na ditadura militar no Brasil em seus estudos ou através de relatos de amigos e familiares mais velhos. Relate em poucas palavras o que você sabe sobre este período.

3- Em sua opinião, por que o ensino de filosofia foi banido do currículo escolar neste período?

4- O autor aponta de forma implícita uma contradição no fato de o ensino de filosofia ter sido vetado durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, um intelectual formado pela USP e aprovado no governo do presidente Lula, um operário sem curso superior. Explique esta contradição e, em sua opinião por que ela ocorre?

5- Na decima linha do penúltimo parágrafo, o autor menciona que o atual governo defende um projeto denominado “escola sem partido”. Em sua opinião, o que vem a propor tal projeto? Você está de acordo com ele? Por quê?

6- O autor nos traz um dado neste texto. Segundo ele: “No dia 26 de abril de 2019, Bolsonaro e o Ministro da educação, Abraham Weintraub, anunciaram mais um ataque à filosofia e sociologia. Um dos mais graves, desde a ditadura militar. Em sua conta numa rede social, Bolsonaro declarou que o objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina.” Como estudante, qual sua opinião sobre esta medida? Você acha que ela te afeta? Como e por quê?
Boa reflexão!

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